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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Atividade de Psicologia da Educação


Bullying – agressividade entre colegas

Quem em algum momento, não apelidou ou foi apelidado por alguém? Nas escolas do mundo inteiro, crianças e adolescentes sofrem ou praticam algum tipo de violência que vem em forma de brincadeira. Quando essa violência, a principio mascarada, como divertimento inocente, torna-se repetitiva, constante e sistemática, chamamos de bullying. Termo que não tem tradução literal para a Língua Portuguesa, mas bully significa valentão, mandão tirânico. Segundo a Abrapia¹, bullying pode ser identificado por meio de algumas ações como: “colocar apelidos, ofender, humilhar, fazer sofrer, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences.” Há ainda, o bullying eletrônico ou cyberbullying, onde as práticas agressivas são realizadas por meio eletrônico, através do aparelho de celular, enviando-se mensagens caluniosas ou de intimidação, e internet por meio de salas de bate-papo, blogs, e-mails. As crianças ou adolescentes, praticantes de bullying realizam seus ataques contra aqueles que supostamente são mais fracos, sem que estes tenham oferecido qualquer motivo para a agressão. Essa agressividade frequentemente é vista como qualidade e poder de dominação por parte dos praticantes de bullying, pois geralmente aumenta sua popularidade entre os colegas. As vítimas por outro lado, segundo Lopes Neto AA², apresentam: “enurese noturna, alterações do sono, cefaléia, dor epigástrica, desmaios, vômitos, dores em extremidades, paralisias, hiperventilação, queixas visuais, síndrome do intestino irritável, anorexia, bulimia, isolamento, tentativas de suicídio, irritabilidade, agressividade, ansiedade, perda de memória, histeria, depressão, pânico, relatos de medo, resistência em ir à escola, demonstrações de tristeza, insegurança por estar na escola, mau rendimento escolar, atos deliberados de auto-agressão.” Adultos, com dificuldades de tomar iniciativa ou de se expressarem, gerando obstáculos em relacionamentos pessoais e profissionais, pode ter sua origem em traumas sofridos enquanto criança e/ou adolescentes, portanto, urge a necessidade de implantação de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying.
Para controle dessa “epidemia”, podemos assim designar, há necessidade de envolvimento de toda a sociedade. A violência, parte das vezes, tem origem no próprio lar. Pais que são extremamente violentos com seus filhos; omissos no acompanhamento escolar, “terceirizando” a educação; pais que não conseguem estabelecer limites precisam se conscientizarem da necessidade de mudança de comportamento.  Segundo Santos (2011), considerando a teoria de Wallon, “a emoção, a motricidade, a imitação e o social, estão interligados e é a emoção que permite à criança nascer para a vida psíquica por ter como função inicial a comunhão com o outro. Ao nascer, a criança precisa da união com outros indivíduos, em virtude de suas reações orgânicas e da sua fragilidade”. Com quem a criança, mantém contato mais íntimo, senão com seus pais? Mas, é nas escolas onde o problema se agrava. Em maio deste ano de 2011, jornais noticiaram que na escola estadual de Votorantim, Professor Daniel Verano, houve sucessivos episódios de violência contra colegas e professores que culminou na expulsão de 11 estudantes. Foram três fatos marcantes de violência: um aluno se volta contra outro com uma faca; uma professora sendo ameaçada com uma pedra, e, na ocorrência de maior gravidade, “alunos do 5º e 6º ano do ensino fundamental, foram alvo de espancamento durante um intervalo.” Marisa (nome fictício) relata: “assim como eu, ninguém fez nada para provocá-los. Foi de graça.” Com a expulsão dos alunos agressores foi combatido os “sintomas do bullying, sem atuar na origem do problema.” Como afirma Waldemir Justi, psicólogo: “É ingenuidade acharmos que o bullying é um fenômeno maligno que é eliminado quando se extrai alguns de seus praticantes.” Outra estudante do mesmo estabelecimento de ensino, noticia que “são alguns poucos violentos que acabam influenciando outros. Fica uma situação de conflito que acaba indo além dos muros da escola, são brigas que se tornam rixas entre bairros e grupos.” A escola, portanto, é o palco principal desse fenômeno denominado bullying. Estudos relacionados a esse problema “tem apontado a gravidade das consequências da exposição a abusos frequentes pelos pares.” “A gravidade do fenômeno não pode ser desprezada nas escolas que, por vezes, desconhecem ou minimizam a magnitude do problema.” “A escola desempenha um papel de grande importância no desenvolvimento social de crianças e adolescentes e não pode ser considerada apenas como um espaço destinado à aprendizagem formal ou ao desenvolvimento cognitivo.”
Assim, pode-se afirmar que medidas precisam ser adotadas pelas escolas e sociedade para coibir essa prática tão danosa para crianças, adolescentes e jovens, entre elas, elaboração de programas específicos, com a participação de todos os envolvidos no problema; prevenção por meio de orientação de pais e profissionais das escolas; inclusão nos currículos escolares de assuntos relacionados à violência sistemática, com proposta de solução pelos próprios alunos. “A busca pela melhoria das relações sociais entre os jovens deve utilizar-se de conceitos de ética e moral para ajudar no desenvolvimento de um ambiente escolar saudável, seguro e acolhedor para todos. Isso tudo favorecerá a promoção da aprendizagem e estimulará uma cultura pacifista na escola e na vida de uma forma geral.” (Teixeira 2011). A escola estabelecendo relações, conforme Rubem Alves, “aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Conviver é a coisa mais importante na formação do caráter e na formação da sociedade. Podemos viver com pouco conhecimento, mas não sem conviver. E a escola é espaço para isto. E os professores, os grandes mestres neste jogo.” O papel do professor torna-se primordial. Cabe a ele ser mediador / facilitador no processo ensino-aprendizagem, conforme a perspectiva de Vygotsky, neste caso, a convivência pacífica entre alunos.



REFERÊNCIAS
1. Abrapia – Associação da Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência

2. Sócio Fundador Associação da Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA).

DOCUMENTOS EM FORMATO ELETRÔNICO

1. PALACIOS, Marisa; REGO, Sergio. Bullying: mais uma epidemia invisível?. Rev. bras. educ. med.,  Rio de Janeiro,  v. 30,  n. 1, Abril.  2006.   Disponível em:  <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022006000100001&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 28 de set. 2011. 

2. Lopes Neto AA. Bullying – comportamento agressivo entre estudantes. J Pediatr (Rio J). 2005;81(5 Supl):S164- S172 disponível em http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf. Acessado em 29 de set. 2011.

3. BANDEIRA, Cláudia de Moraes  e HUTZ, Claudio Simon. As implicações do bullying na auto-estima de adolescentes. Psicol. Esc. Educ. (Impr.) [online]. 2010, vol.14, n.1, pp. 131-138. ISSN 1413-8557.  http://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572010000100014. Acessado em 29 de set. 2011.


4. TEIXEIRA, Gustavo.Violência: Manual Antibullying, Matéria publicada na Revista Direcional Educador - Edição 78 - julho/2011, disponível em: < http://direcionaleducador.com.br/edicao-78-jul/11/violencia-manual-antibullying>. Acessado em 30 de set. 2011.

5. SANTOS, Larissa Medeiros Marinho dos. Psicologia da educação.  São João Del-Rei, MG: UFSJ, 2011. 73p.

Um comentário:

  1. Visitei o seu blog e gostei muito, especialmente o seu trabalho sobre História da Igreja.

    Parabéns!

    Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

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